Sertão de Pernambuco recebe o festival de artes integradas "Chama Violeta"

Programação do 7º Chama Violeta acontece entre 19 e 21 de dezembro, contando com quinze atrações de diferentes estados do Brasil e da Argentina 

Companhias circenses de todo o Brasil e da Argentina se encontram na comunidade do Sítio Minadouro, na cidade de Ingazeira, no sertão de Pernambuco, a partir desta sexta-feira (19) até o próximo domingo (21). O motivo da reunião é a sétima edição do festival de artes integradas Chama Violeta, coordenado pela pernambucana Odília Nunes, onde todos apresentarão gratuitamente espetáculos, shows, sessões de cinema e oficinas. 

Atualmente radicada em São Paulo, onde vive como atriz da premiada Cia do Tijolo, Odília retorna a sua terra natal para apresentar o solo Decripolou Totepou, que completa 20 anos em 2025, abrindo a programação desta sexta, às 8h, na Escola Municipal do Jorge. 

“Este foi meu primeiro solo. Nesses vinte anos, várias crianças do Minadouro assistiram, mas a nova geração ainda não conheceu. Nada melhor do que comemorar esse aniversário onde tudo começou”, conta a atriz. 

A partir do tema “Entendi que amor é escolha”, o evento montou uma programação com outras 14 atrações que ressaltam o valor das relações afetivas. Muitas delas são comandadas por grupos familiares, como é o caso da Cia. dos Marionetes, da Argentina, que apresenta o espetáculo “Antologia das Marionetes” nesta sexta, às 17h, no Terreiro da Mariquinha. A obra celebra a arte ancestral do teatro de títeres, reunindo personagens criados pelo marionetista Rocío Walls que nasceram de trocas e vivências íntimas e técnicas. 

As apresentações acontecerão em escolas, terreiros e até mesmo na casa de Odília, onde acontecerá bate-papo sobre infâncias “Vô, deixa minha mãe brincar”, no domingo (21), às 14h, sob o comando da jornalista e escritora paulista Gabriela Romeu. A escolha dos locais também reforça o papel das amizades para a realização do projeto, levando em consideração espaços cedidos para as apresentações. 

O festival Chama Violeta é uma das ações do projeto “No Meu Terreiro Tem Arte”, iniciativa criada por Odília Nunes em 2015 com o objetivo de promover intercâmbio cultural, residência artística, festivais e ações formativas ao longo do ano no Sítio Minadouro. Em 2019, o projeto recebeu o Prêmio Pernalonga de Teatro, concedido pelo Governo do Estado de Pernambuco e, em 2021, o prêmio Inspirar do Instituto Neoenergia, que contempla iniciativas lideradas por mulheres. 

PROGRAMAÇÃO – Na sexta e no sábado, a programação será fechada com Luana Flores, da Paraíba, e o show Nordeste Futurista, e Sons de Resistência, como Samba de Coco de Trupé de Arcoverde, respectivamente. 

O Festival mantém a tradição de realizar partilhas de temas transversais ao fazer artístico. No domingo, a partir das 14h, no Alpendre da casa de Odília, acontece a roda de conversa Vô, deixa minha mãe brincar, um bate-papo sobre infâncias com Gabriela Romeu, jornalista, escritora e documentarista de São Paulo, que há mais de vinte anos desenvolve projetos que criam pontes entre infâncias. 

Em seguida, no Cineclube Minadouro, tem a estreia do filme Um dia Havia de Ver o Mar, de Odília Nunes, uma história real que se passou na própria comunidade do Minadouro, sobre o sonho de um menino de ver o mar. “Um menino, um dia, me pediu pra levar ele na praia. Cumpri minha promessa. Mas não fomos só em dois. É que esse sonho era coletivo. O filme é o registro desse encontro”, conta a diretora. 

Sobre a coordenadora – Odília Nunes é gestora cultural, palhaça, brincante popular, atriz de teatro e cinema, bonequeira, diretora teatral, dramaturga, cordelista, natural do sertão do Pajeú Pernambucano.




Fonte: Diário de Pernambuco

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