Abalos atingiram região próxima ao Paquistão, destruíram vilarejos e deixaram milhares de feridos; país sofre com vulnerabilidade a desastres naturais
Duas províncias montanhosas no leste do Afeganistão, perto da fronteira com o Paquistão, sofreram com um terremoto de magnitude 6,0 na noite do último domingo (31). Cerca de 2.700 pessoas ficaram feridas e foram registrados pelo menos 800 óbitos, de acordo com o Ministério do Interior afegão, que é controlado pelo Talibã.Alcance do terremoto
O epicentro do sismo aconteceu a 27 km da cidade de Jalalabad, às 23h47 (horário local). O tremor foi seguido por cinco réplicas que puderam ser sentidas a centenas de quilômetros de distância, ainda segundo o Ministério do Interior Afegão.
Na capital do Afeganistão, Cabul, as autoridades de saúde informaram que grupos de socorristas estavam correndo para chegar às áreas com longo histórico de terremotos e inundações, onde há aldeias remotas espalhadas.
Dimensão do desastre
Imagens capturadas pela Reuters Television mostram moradores ajudando soldados e médicos a carregar os feridos para as ambulâncias. Helicópteros são utilizados para o transporte das vítimas.
O Ministério da Saúde afegão informou que três aldeias foram arrasadas em Kunar, além de grandes danos em muitas outras. Pelo menos 610 pessoas foram mortas na província, com 12 mortos em Nangarhar, acrescentaram.
O Ministério da Saúde afegão informou que três aldeias foram arrasadas em Kunar, além de grandes danos em muitas outras. Pelo menos 610 pessoas foram mortas na província, com 12 mortos em Nangarhar, acrescentaram.
Socorristas tentam encontrar sobreviventes na área que faz fronteira com a região de Khyber Pakhtunkhwa, no Paquistão, onde casas de barro e pedra foram destruídas pelo terremoto da meia-noite, que atingiu uma profundidade de 10 km.
Esforços governamentais
Equipes de resgate militares se espalharam pelas duas províncias, disse o Ministério da Defesa em um comunicado, acrescentando que 40 voos haviam transportado 420 feridos e mortos.
"Todas as nossas equipes foram mobilizadas para acelerar a assistência, para que um apoio abrangente e completo possa ser fornecido", disse o porta-voz do ministério, Abdul Maten Qanee, à Reuters, destacando os esforços em áreas desde segurança até alimentação e saúde.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores expressou, ainda, que "até agora, nenhum governo estrangeiro entrou em contato para fornecer apoio para trabalhos de resgate ou ajuda".
Vulnerabilidade a desastres naturais
Essa não é a primeira vez que os afegãos vivem esse momento de pavor. Em outubro de 2023, um terremoto de magnitude 6,3 atingiu o Afeganistão, seguido por fortes tremores.
O governo Taleban estimou que pelo menos 4 mil pessoas morreram, enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) estimou cerca de 1,5 mil, um número de mortos bem menor. Em 2024, o país também foi atingido por uma série de terremotos no oeste.
O Afeganistão é um país propenso a terremotos, particularmente na cordilheira do Hindu Kush, onde as placas tectônicas indiana e eurasiática se encontram. Esse desastre, um dos piores do país, vai sobrecarregar ainda mais os recursos de uma nação que enfrenta crises humanitárias, como é o caso do Afeganistão.
Fonte: Estadão Conteúdo
Postar um comentário