Assessor especial do gabinete da governadora foi apontado como autores do que a Alepe vem chamando de “milícia digital”
Não é comum a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) acionar o serviço de inteligência para investigar denúncias feitas por parlamentares.
Mas o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), considerou importante recorrer à Polícia Legislativa para que ela apurasse ataques a deputada Dani Portela (Psol) pelas redes sociais, porque eles começaram exatamente depois de a parlamentar solicitar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para esmiuçar contratos realizados pelo governo do estado.
Ainda segundo o presidente, mais de 16 deputados viraram alvo de investidas semelhantes.
“É uma coisa nunca vista em Pernambuco. O dinheiro público, que deveria estar servindo a saúde, educação, segurança, está servindo para segurar o gabinete do ódio”, sustentou Álvaro Porto, ao apontar o jornalista Manoel Medeiros Neto, assessor especial do gabinete da governadora, como um dos autores do que a Alepe vem chamando de “milícia digital”.
“Partiu de dentro do palácio. Então, que seja apurado”, defendeu.
Em nota, o jornalista admitiu ter feito a denúncia. Alegou que o combate à corrupção está no seu DNA e que optou pelo anonimato para preservar sua integridade.
A líder do governo, deputada Socorro Pimentel (União), se solidarizou com Dani Portela, mas refutou qualquer relação com a governadora Raquel Lyra (PSD).
"Eu tenho certeza, e disse a deputada Dani Portela, que nós iremos conversar diretamente com a governadora sobre esse fato”, argumentou. E pediu ao presidente da Casa para ser ponto de equilíbrio e defender todos os deputados.
Plano de trabalho
ACPI da Assembleia Legislativa que investiga contratos do governo do estado se reúne em caráter extraordinário amanhã pela manhã. O presidente, deputado Diogo Moraes (PSDB), anunciou que será definido o rito de trabalho. Dias para as discussões, periodicidade dos encontros, nomes a serem ouvidos entre outros pontos.
Barriga de aluguel
Antes único integrante do MDB na Alepe, o deputado Jarbas Filho considerou “golpe baixo” a manobra da oposição. Três deputados saíram do PSB, entre eles Waldemar Borges que migrou para o MDB. “A imagem que se passa é de politicazinha rasteira. Os partidos não fazem questão de mostrar que são barriga de aluguel.”
Segredo da manobra
Waldemar Borges achou estranha a reação do agora companheiro de bancada, Jarbas Filho. Avisou que estratégias políticas não são antecipadas e lembrou que o deputado, em outra conjuntura, também recebeu carta de anuência do PSB para voltar ao MDB.
Inspiradora O livro “A Justiça em Feminino: Ensaios Jurídicos em Homenagem a Margarida Cantarelli” será lançado hoje, às 19h, no auditório do 5º andar da Unifafire, na Boa Vista, Centro do Recife. A obra é uma coletânea de artigos que relatam a trajetória pioneira da magistrada.
Fonte: Folha de Pernambuco
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