Presidente participou de programa de rádio nesta terça-feira (12)
Para ajudar empresas afetados pelo tarifaço de Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai assinar uma Medida Provisória nesta quarta-feira (13) para criar uma linha de crédito de R$ 30 bilhõesO anúncio foi feito em entrevista ao programa 'O É da coisa', da Rádio e TV Band News, na tarde desta terça (12).
— Amanhã eu vou assinar uma medida provisória que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas brasileiras que porventura tiverem prejuízos com a taxação do Trump. R$ 30 bilhões é o começo — afirmou Lula.
Questionado pelo apresentador Reinaldo Azevedo se também lançaria mão de compras governamentais para aliviar o tarifaço, Lula confirmou a hipótese:
— Vai, vai, vai, vai ter. Então a gente vai ter crédito, compras governamentais e abertura de novos mercados. E vai ter (prioridade para) conteúdo nacional também, nas coisas que nós fabricamos aqui, porque nós vamos garantir a sobrevivência das empresas brasileiras, como eu acho que todos os outros países vão fazer um sacrifício enorme para as empresas deles.
— Vai ter uma política de crédito que a gente está pensando em ajudar, sobretudo as pequenas empresas, o pessoal que exporta fruta, mel e outras coisas. Então, nós vamos aprovar amanhã e eu acho que vai ser extremamente importante para que a gente possa mostrar que ninguém fica desamparado por conta da taxação do presidente Trump — afirmou o presidente.
O presidente também voltou a defender que o comércio entre países dos BRICS seja feito com moedas desses países, e não em dólar, um dos motivos que levou Trump à taxação.
— A gente não quer mexer com o dólar, o dólar é uma moeda importante, os EUa têm a máquina que roda essa moeda, mas nós podemos discutir nos BRICS a necessidade de uma moeda de comércio entre nós dos BRICS. Eu não recuo dessa ideia, porque é preciso testá-la — disse.
Na entrevista, o petista afirmou que o tarifaço de Donald Trump vai aumentar os preços para os americanos.
– Uma das coisas que eu acho é que o presidente Trump não pensou, embora ele diga que está juntando muito dinheiro, que os produtos taxados em todos os países do mundo vão aumentar os preços nos Estados Unidos. Não existe milagre. E a economia não tem milagre. Se fosse fácil, o mundo não tinha problema. Porque todo presidente pensa que é milagroso. E como não tem milagre e não tem mágica, a gente tem que trabalhar de acordo com a realidade. Eles não ficarão impunes, porque o povo americano vai sofrer. Trump vai sofrer as consequências dessa taxação. Aliás, para quem reclama, eu queria que você entrasse no site americano e procurasse uma picanha. Uma picanha hoje estava sendo vendida a 150 dólares.
Por diversas vezes ao longo da entrevista, porém, Lula voltou a pregar o respeito mútuo e a negociação entre EUA e Brasil como solução ao tarifaço.
— Eu continuo preparado para negociar com os Estados Unidos. É importante os estados saberem. Se tem uma coisa que nós estamos é preparados para negociar. Eu não sei qual é a experiência de negociação do presidente Trump, mas eu, desde 1968, quando entrei no mundo sindical, eu aprendi a negociar. É importante que a gente converse, ele não precisa gostar de mim. Eu não preciso gostar dele, ele só tem que gostar do Brasil e eu gostar do povo americano. Se a gente respeitar o que a gente é, está de bom tamanho — disse Lula.
Por fim, Lula também afirmou que mantém boa relação com o empresariado mais afetado pelas tarifas de Trump.
— Eu trato eles (empresários) com o respeito que eu acho que eles merecem. Porque eles têm muita responsabilidade com a economia brasileira, com o crescimento do Brasil. Então, eu trato eles bem.
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