Relatório de Análise de Perturbação ficará pronto em 30 dias, segundo Operador Nacional do Sistema
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Marcio Rea, participou nesta terça-feira de uma reunião com o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para definir as próximas medidas a serem tomadas após a interrupção temporária de carga que atingiu o país nesta madrugada. Os estados mais afetados foram São Paulo, com 2.600 MW; Minas Gerais, com 1.200 MW, seguido de Rio de Janeiro e Paraná, com 900 MW em cada estado.Na próxima sexta-feira, dia 17 de outubro, haverá o início do processo de elaboração do Relatório de Análise da Perturbação (RAP) junto com os agentes envolvidos e que ficará pronto em um prazo de 30 dias, segundo o ONS.
A ocorrência teve início à 00h32 com um incêndio no reator do circuito 2 da linha em 500 kV Ibiúna, em Bateias (PR), da Eletrobras. Com o incêndio, houve o desligamento da subestação Bateias, provocando a suspensão de cerca de 9.700 MW de carga, cerca de 12% da carga de energia naquele momento. Segundo o ONS, a ocorrência foi causada por um problema externo.
-- O ONS prontamente restabeleceu o sistema, o que demonstra a robustez do SIN. O que aconteceu foi uma interrupção de carga controlada, ocasionada por um caso fortuito, ou seja, um incêndio em um equipamento. Isso pode ocorrer em qualquer infraestrutura de qualquer país do mundo -- declarou o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
A cronologia do apagão
À 00h32 ocorreu um incêndio no reator do circuito 2 da linha de transmissão em 500 kV Ibiúna / Bateias, de propriedade da Eletrobras.O incêndio provocou o desligamento total do setor de 525 kV e parcial do setor de 230 kV da subestação Bateias, no Paraná, de propriedade da Copel.
Com isso, houve a desconexão da interligação entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste. Neste momento, a região Sul estava exportando cerca de 5.000 MW para o Sudeste/Centro-Oeste.
Com a desconexão, o restante do SIN deixou de receber a energia da Região Sul e da UHE Itaipu 60 Hz, causando um desequilíbrio entre a demanda e a oferta de energia, fazendo com que o esquema de proteção do sistema (ERAC) atuasse corretamente no Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte do país.
Com a atuação do ERAC (Esquema Regional de Alívio de Carga, que atua de forma a equilibrar a quantidade de geração e carga no sistema para evitar interrupções de maiores proporções), houve interrupções da ordem de 1.423 MW no Nordeste; de 2.290 MW no Norte; e 4.257 MW no Sudeste/Centro-Oeste.
Na região Sul, a perda de carga foi de 1.776 MW.
Às 02h15 todas as cargas das regiões Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Norte e Nordeste já estavam restabelecidas.
Fonte: O Globo
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