No Brasil, são mais de 14 milhões de pessoas com deficiência
“Você é tão bonita, nem parece ter deficiência”; “Se ela conseguiu, qualquer pessoa consegue”. Frases como essas são exemplos de capacitismo. Elas mascaram preconceitos e reforçam estereótipos. Para enfrentar esse tipo de discriminação, foi criado o Setembro Verde: movimento nacional que promove a conscientização sobre a inclusão da pessoa com deficiência, ampliando o debate sobre acessibilidade, cidadania, empatia e solidariedade.No Brasil, são mais de 14 milhões de pessoas com deficiência, número que corresponde a 7,3% da população com 2 anos ou mais, segundo dados do IBGE.
Para o advogado Thiago Helton, especialista em Direitos das Pessoas com Deficiência, para além do Setembro Verde, é preciso avançarmos no processo de inclusão e na luta contra o capacitismo:
“A luta da pessoa com deficiência ela é contínua, ela é árvore, a batalha por inclusão ela não para. E para a defesa da pessoa com deficiência, a gente tem que entender que o capacitismo está muitas das vezes ali nos pensamentos, ele está nas pequenas falas, ele está dentro da própria família”.
Com o tema Para incluir, é preciso excluir o que te ensinaram como padrão, o Ministério do Esporte lançou, este mês, a campanha nacional contra o capacitismo. Objetivo é combater preconceitos e reforçar a importância do respeito e da acessibilidade em todos os espaços, explica a secretário Nacional de Paradesporto, Fábio Araújo:
“O esporte é uma das ferramentas mais poderosas para quebrar barreiras, combater o preconceito e afirmar o respeito e a dignidade das pessoas com deficiência. Estamos realizando inúmeras ações durante o mês, como uma campanha e elaboração de um guia de desconstrução do capacitismo, a realização de workshops de conscientização dos direitos da pessoa com deficiência, além de ações outras de combate ao capacitismo. Nossa missão é garantir acessibilidade e oportunidade em todos os espaços, dentre e fora do esporte, para que a gente possa avançar rumo a sociedade mais justa, inclusiva e cidadã".
A cantora Amanda Lyra foi diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal, aos 3 anos de idade e hoje é cadeirante; desde então, ela enfrenta várias barreiras, como o capacitismo, formas de comunicação, barreiras que impedem o pleno exercício da cidadania… Para Amanda, as pessoas precisam entender que a deficiência existe e faz parte da diversidade humana.
“A gente precisa de bom senso, educação nas escolas, nos meios tanto corporativos quanto meios públicos. Então, lembrar que somos pessoas e se lembrarem disso e valer o nosso direito constitucional isso já muda completamente. Então entender que pessoas com deficiência não são animais de zoológico para serem assistidos com estranheza. A deficiência disso faz parte da diversidade humana”.
Combater o capacitismo é fundamental para garantir uma sociedade justa e inclusiva. As leis existem para proteger os direitos das pessoas com deficiência, mas cada pessoa deve contribuir para uma cultura de respeito e equidade.
Fonte: Agência Brasil
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